segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Os recursos da nação: uma leve reflexão.

Prezado leitor,

É notória a deturpação do exercício da função dos nossos gestores públicos. Eis que, num país possuidor de riquezas naturais e uma população para trabalhar sobre esta e outras formas findando a produção (como no setor de serviços), necessita-se um grupo voltado para a gestão destes recursos produzidos pela nação. Um grupo de pessoas seleto, competente e envolvido com o desenvolvimento da nação por meio de uma gestão adequada das riquezas produzidas naquele território, para suprimento de necessidades de todos envolvidos como colaboradores.

Mas por que há uma necessidade gritante de representantes em um poder uma vez que estes, em tese, representam a população? A população não tem condições de representar a si mesma?

Teria, sim, condições de representar algo, mas nada que não fosse parte do interesses de um grupo que, por medida ou outra, estabeleceria um poder informal (meio para atingir a finalidade) e estaria predisposto a gerir tais recursos de forma incompetente e injusta para com os contribuintes da produção destes (final ou resultado) - resultados evidentes atualmente, apesar do poder ter se estabelecido formalmente.

Ora, mas se tais resultados são evidentes mesmo com o estabelecimento de um poder formal, por que não atribuir a função de gestão dos recursos da nação para a própria? 

A função de um gestor público deve ser preservada devido à diferenciação do resultado possível comparado ao que seria obtido pela atuação, nesta função, daqueles que produziram as riquezas.Não devemos nos acanhar frente à degeneração da gestão pública para que, assim, abracemos a anarquia - mas sim façamos isto frente a melhores justificativas para tal. Antes, seria mais prudente encontrar o fator causador da incompetência dos envolvidos nesta função e eliminá-lo para que tal diferenciação pudesse aflorar!

O fator causador da incompetência? A corrupção, que instiga nossos gestores a desviarem recursos da nação para o patrocínio de um estilo de vida luxuoso e desnecessário para uma mísera parcela desmerecedora de se quer uma ínfima fração destes recursos.

O diferencial de uma função específica para a gestão de recursos? Uma vez livres da corrupção e envolvidos com o desenvolvimento da nação, este setor primaria pela melhor forma de realizar sua função: desenvolver e aplicar técnicas cada vez mais eficientes e eficazes de direcionamento de recursos para manutenção e desenvolvimento da população.

Se tenho uma resposta quanto ao como esta técnica aprimorada seria? Se me aventurasse a tal, seria com propriedade muito inferior comparada à obtida quando o sapateiro sugere a técnica para a construção de um sapato, uma costureira  para o feitio de um vestido ou um padeiro para o preparo de um pão. Logo, para esta resposta, espero a solução de uma economista coerente e íntegra.


Cordiais cumprimentos,

Rav

domingo, 9 de agosto de 2015

Vivemos de forma sustentável?

Prezado leitor,


Diria alguém que há um comportamento humano criado para o progresso contínuo e, entretanto, utilizado para interesses próprios de modo a ironicamente estabelecer estagnação em diversas áreas em nossa vida? Este comportamento possui nome, e este é competitividade; entretanto não devemos obscurecer os fatos até então. Analisemos um pouco mais visando identificar a diferença entre o veneno e o remédio - ou ao menos uma das tantas diferenças existentes.

É nítido que a competitividade é fator importante para o aperfeiçoamento de um indivíduo em uma determinada habilidade. É, para alguns, um fator motivacional o desejo de superação de suas habilidades de forma a sobrepujar as do próximo (me privarei de opinar sobre a decência ou valor de tal busca no momento).

Felizmente, esta busca pela superação leva alguns indivíduos - principalmente no campo da pesquisa - a desenvolver técnicas, itens e afins que auxiliem algo de interesse para determinados gostos e ambições - como é o caso das ciências médicas que desenvolvem utensílios e propõem hábitos que permitem aquele com acesso a estes e prática daqueles a viver de maneira mais duradoura; ou mesmo o desenvolver de uma ferramenta digital direcionada ao controle e monitoramento de produção, ou à melhora qualitativa de um produto.

Melhorias que auxiliam na busca do ser humano por seus interesses dignos (?) dentro de nossa sociedade! Esplêndido! Todos tendem a ganhar, certo? Entretanto, quando estes tais interesses são supérfluos - não realmente necessários para o que realmente importa (que são a manutenção da vida e busca por um propósito sustentável) e privam a utilização de recursos financeiros e naturais (limitados) para o que não é dispensável, e poderiam ser direcionados para uma maior escala, promovendo assim manutenção vital sustentável para muitos, acabam por promover o luxo de alguns poucos como prioridade sobre condições necessárias de sobrevivência para grande parte da humanidade?

Isso de fato ocorre? É possível a manutenção de uma vida digna coletiva a nível global concomitantemente à adesão de uma vida luxuosa por grande ou pequena parcela da população? Seria, pois, uma das diferenças do veneno para o remédio, a dose?


Cordiais cumprimentos,

Rav.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tantos projetos já começados
Quantos você conseguiu desfrutar?
Quantas promessas feitas pra si
Tantas desculpas pôde inventar
Tantos amores antes jurados
Dos quais você pôde se libertar

Eis que a vida é um mar ilusório
Tantos delírios a te conceder
Eis que de febre morre o marujo
Que a calmaria não pôde deter

Será que lhe resta afogar suas mágoas?
De manhã, de tarde, no frio e tão só?
Como consegue amar loucamente
Quando para si só lhe resta dó?
Queria eu sonhar em paz
Sem medo, sem esperança
Sem a dor que vem
nos tempos onde tudo já é lembrança

Expectativa, quão certo é te adotar
se nem as intempéries, pudores,
miséria e calúnias
me permite suportar?

Será impossível vir a entender
Que a calmaria é o que faz sofrer?
Após dura queda, só resta o pó
Adeus, meu bem.
Quero ficar só...

domingo, 2 de agosto de 2015

Qual seu melhor presente?

Prezado leitor,

Curioso é o tempo. Um acidente da natureza o qual nós, seres humanos, decidimos nominar, classificar e monitorar para uma conveniência própria. É totalmente cabível pensarmos que, se não houvesse um infeliz que seja para dizer-nos que horas são ou em qual período do dia nos encontramos - ou em que dia estamos -, não haveria alteração no modo como as situações fluem e tudo se transforma - a não ser, é claro, pelo modo como o ser humano se organiza por meio desta nominação e, por meio de sua organização, comporta-se de forma a melhor alterar o meio externo como forma de adaptação

Vejamos agora o ser humano de forma menos animalesca. O indivíduo civilizado - como o conhecemos no cotidiano - utiliza esta brilhante divisão e classificação metafísica como forma de adaptar-se ao meio externo. Desta forma, ele pode se organizar-se de forma a saber quando comer e quando reservar o alimento, quando trabalhar e quando descansar (e por quanto tempo), quando interagir e quando se reservar... Tudo isso funciona, e muito bem, quando utilizamos esta ferramenta metafísica a nosso favor; entretanto, ela pode funcionar tanto como provedora de construções como provedora de destruições.

Tudo bem... destruição é uma palavra um tanto quanto forte. Diremos apenas que a má utilização do tempo pode ser um provedor de retrocesso ou atraso. Mas vejamos a utilização de uma ferramenta metafísica quando utilizada para atingirmos algo igualmente metafísico.

A busca pela felicidade, a busca por momentos bons, pela eudaimonia ou por aquilo que faça sentirmo-nos bem, tudo em forma de uma promessa que pode vir ou não a se concretizar são assuntos, no mínimo, inquietantes.

Consideremos o passado: este é apenas a coletânea de momentos pela qual obtivemos noção de prazer, repulsa, valores bons e ruins por meio de experiências que nos proporcionaram formação de ideais e reflexos comportamentais frente a determinadas situações e contextos.

Consideremos o futuro: contexto incerto sobre o qual temos muita influência, contudo pouco controle devido a quantidade de variáveis as quais são relevantes, assim como nosso pouco controle e monitoramento - e até relativo desconhecimento - sobre muitas delas.

Consideremos o presente: momento vivido sobre o qual temos certeza de ser desfrutado e degustado conforme nossa predisposição, comportamento e valoração frente a uma situação.

Prezado leitor, após questionamento sobre o meu ponto de vista (o qual espero que você sempre faça frente a qualquer premissa), pergunto-lhe: O que é mais sábio? Vasculhar por bons momentos vividos no passado, depositar todas as esperanças em uma alegria incerta no futuro ou desfrutar da felicidade de fato acessível no presente?


Cordiais cumprimentos,

Rav.